Se fora do estádio o clima era ameno, e as duas torcidas até se misturavam – o que pouco se via em clássicos passados, antes da reforma do Maracanã –, dentro dele a situação mudou. O público foi abaixo do esperado para um Clássico dos Milhões: 26.242 presentes (com 20.844 pagantes). Mas, quando as cadeiras começaram a ser ocupadas, ainda que muitos espaços vazios fossem vistos, as camisas relembraram o real propósito daquela rivalidade: domingo. Vasco x Flamengo. Um time que disputará a Série B do Campeonato Brasileiro de 2014, e outro que tenta a classificação para as oitavas da Libertadores. Não importa, o dia era de final do Carioca. Aquela que não acontecia há dez anos. E o primeiro jogo foi mais do que suficiente para as habituais provocações de parte a parte.
Os times em campo, os hinos cantados. Quando os vascaínos cresciam na arquibancada, os rubro-negros não perdoavam: "Isso aqui não é Vasco, isso aqui é Flamengo". E logo recebiam um efusivo xingamento de repreensão. Em campo, o time de Adilson Batista respondeu rápido: na cobrança de escanteio de Douglas, Rodrigo não desperdiçou: 1 a 0. O zagueiro e seus companheiros comemoraram em direção à torcida rival, em provocação.
Durante o primeiro tempo, o clima começou a ser delineado: não era um espetáculo, nem dos times, nem das torcidas. Reclamações, vaias, ressentimento. Campeão da Copa do Brasil pelo Vasco em 2011, Alecsandro ouviu xingamentos. No campo, as faltas eram constantes.
Expulsão, pressão e reclamação
No início do segundo tempo, a expulsão de Éverton Costa era tudo o que a torcida do Flamengo precisava para crescer ainda mais, e para a do Vasco apontar um alvo ao qual direcionar as reclamações: o árbitro Rodrigo Nunes de Sá. Adilson Batista sentiu o golpe – tanto nas arquibancadas quanto no campo - por não ter substituído Éverton Costa antes de ele ser expulso. O comportamento do atacante, com algumas faltas, logo no início do segundo tempo, já indicava um contratempo. Ao final da partida, foram 60 infrações: 33 do Fla e 27 do Vasco.
Vai, Paulinho
A insatisfação da torcida do Vasco consolidou-se quando Paulinho acertou uma bomba de fora da área e deixou tudo igual no placar. Explosão vermelha e preta de felicidade nas arquibancadas. E o gol foi logo do camisa 26, que vem caindo nas graças dos rubro-negros - na última quarta-feira, marcou o gol da vitória sobre o Emelec, no Equador.
- O Jayme já vinha me cobrando para eu chutar mais ao gol. Não posso deixar de agradecer ao Alecsandro pelo passe de peito. O time entrou desatendo, mas, durante o intervalo, acertamos, e voltamos com mais garra. Entramos com o mesmo espírito de quarta-feira – disse Paulinho, com referência à vitória na Libertadores.
Insatisfação com a arbitragem
Nas arquibancadas, as torcidas apontavam suas "verdades": para o rubro-negro, o Vasco foi beneficiado, e vice-versa. A situação foi estendida até as salas de imprensa, onde os presidentes Eduardo Bandeira de Mello e Roberto Dinamite mostraram insatisfação com o juiz Rodrigo Nunes de Sá. Os técnicos também compraram a briga dos mandatários. Mas o que mais incomodou Jayme, foi o "jogo feio".
- Toda hora parava. Toda hora. Não foi um jogo muito bonito. Muitas faltas, muitas paralisações. As pessoas falam que o time tem que jogar feio na final, pra vencer, mas eu não sou a favor disso não. O jogo passou, e pouco futebol foi jogado - ressaltou o comandante rubro-negro.
Sem lances bonitos, chapéus, canetas, chutes venenosos ou o que quer que enfeite a estética de uma partida de futebol, restavam às torcidas as provocações. O grito de "vice para sempre" ecoava daqueles que possuem a vantagem do empate no segundo jogo. Do outro lado, os vascaínos apoiavam sua equipe. Apito final, aplausos de incentivo aos dois times, e domingo tem mais.
Fonte: GE
SRN
Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/04/Vasco-Flamengo-baixo-publico-mas-contra-arbitragem.html
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