O Flamengo depenou o Galo, no Maraca (é nosso) por 2 x 0, na primeira partida semifinal da Copa do Brasil.
E olha que os mineiros não jogaram mal, não.
Depenar o Galo é uma piadinha pra lá de velha, né?
Assim como velho é o drible, que, para mim, é a essência do futebol e não se tem visto tanto ultimamente.
Sem o drible, o futebol fica chato.
Podem puxar pela memória: tem drible? É quase certo que tudo termine num gol ou numa jogada bonita.
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Virou rotina o Gabriel ser o melhor em campo |
Foi o que aconteceu no segundo gol do Flamengo.
O Gabriel, que vem crescendo a cada partida, recebeu a bola, olhou pra frente, viu que não tinha nenhum companheiro e, inteligentemente, em vez de fazer o óbvio, o que a maioria dos jogadores fazem, ou seja, dar aquela paradinha e voltar a bola, partiu para o drible.
Teve gente que deve ter pensado:"esse cara tá maluco! Tá indo prá área por que, se não tem ninguém lá? Acha que vai resolver tudo sozinho?"
O Flamengo já vencia por 1 x 0, talvez nem fosse necessário se arriscar a sofrer uma entrada mais dura, se machucar feio e ficar de fora dos próximos jogos.
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Cáceres sempre levou perigo nas cabeçadas |
Aqui, vamos abrir um parênteses: o gol de cabeça do Cáceres foi num cruzamento do Gabriel.
Mas, voltando ao momento crítico, o Gabriel decidiu driblar!
Ele nasceu pra isso. Sempre quis isso. É pago pra isso. É jogador de futebol profissional, como sonhou desde criança.
Deve ter passado pela cabeça dele aquele lampejo das velhas peladas lá no bairro da Ribeira, em Salvador, naqueles campinhos carecas ou nas ruas esburacadas.
Com a rapidez e a habilidade que tem, partiu pra cima da defesa mineira e deixou pelo menos três adversários tão atordoados que um deles se jogou aos seus pés, como se fosse um inimigo derrotado por um imperador romano.
Pênalti claríssimo! Discutir o quê?
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Chicão comemora seu gol de pênalti |
Demos sorte, porque o Chicão bateu mal. A bola não foi tão no canto e ainda estava à meia altura, como sonha todo goleiro numa hora crucial como esta.
O excelente goleiro Victor, que evitou um maior número de gols do Flamengo, ainda tocou na bola, que só entrou porque o Chicão fez pelo menos uma coisa certa: bateu forte.
Aliás, o nosso Victor, que ainda é Paulo, também fez umas três defesas milagrosas. De novo...
Samir foi quase perfeito. Cáceres também. Comandou a defesa e ainda fez um gol de cabeça.
Leonardo Moura não se arriscou tanto no ataque e o João Paulo... Ah... O João Paulo foi o João Paulo.
O Nixon, mais uma vez, entrou no lugar do Eduardo Silva, que perdeu um gol no primeiro minuto de jogo. Perdeu não. O Victor é que fez uma tremenda defesa de ponta de dedos.
Por falar no Nixon, volto à questão do drible. Por diversas vezes ele esteve na mesma situação do Gabriel e o que fez? Nada. Voltou a bola.E olha que o Nixon pode não ser um excelente driblador, mas sua rapidez deixa muito zagueiro tonto.
Só que hoje o Nixon não teve coragem e o Gabriel foi o melhor em campo.
Não se iludam, porém, que o Flamengo ainda não está na final.
Vamos com calma...
Ainda tem um jogo no Galinheiro do Mineirão.
Lá os Galináceos, que formam um bom time, terão torcida a favor e sabem exatamente o resultado que precisam para virar o jogo.
O Flamengo tem uma tremenda vantagem, mas tem que saber usá-la, senão pode passar pela mesma humilhação que o Corinthians sofreu contra o mesmo Atlético, no Galinheiro de BH.
Os Gambás ganharam em casa por 2 x 0 e tomaram uma enfiada de 4 x 1 no jogo de volta.
Isso pode servir de lição para nossos jogadores. O Luxemburgo precisa lembrar o pessoal disso o tempo todo.
O Galo não é bobo e tem um time melhor. Sejamos realistas.
Não somos os favoritos.
Quem tem São Paulo Victor, o Anjo Gabriel e São Judas Tadeu, acaba puxando a torcida de tudo que é santo para proteger o Mengão!
E se eles acreditam, quem sou eu pra duvidar, né?
SRN
Fonte: http://flamengoeternamente.blogspot.com/2014/10/a-importancia-do-drible.html