A
Raça Rubro-Negra é a principal
torcida organizada do
Clube de Regatas do Flamengo, e o maior movimento de torcidas do mundo. Criada em
1977, seu lema é “O maior movimento de torcidas do
Brasil“. Ela está presente em todos os jogos do Flamengo no
Maracanã, assim como em outros estádios mundo afora, e até em jogos de outros esportes que não sejam
Futebol
Presente em todos os jogos do Flamengo no Maracanã e nos outros estádios mundo afora; assim , ela comanda a torcida e incentiva o time.
História
Nas paredes do Maracanã, em 1976, cartazes foram espalhados com as seguintes palavras: “Vem ai o MAIOR MOVIMENTO DE TORCIDAS DO BRASIL”. Por Aproximadamente seis meses a divulgação foi feita desta maneira, mas a história da maior facção rubro-negra, havia começado antes quando um desentendimento na Flamor causou o desligamento dos irmãos Cesar e Cláudio Cruz.
Eles resolveram fundar uma torcida completamente diferente de tudo até então visto nas arquibancadas. A idéia era de fazer uma torcida “entrar em campo” deixando a camisa 12 de lado (um simples reserva que participa como “quebra-galho” do time) para tornar-se o primeiro jogador do time!
O nome da torcida foi muito discutido — mas de nada consenso — até que Cláudio, nosso 1º presidente, sugeriu o nome mágico, que é a razão de ser do C.R.Flamengo, que faz a camisa jogar, transforma derrotas eminentes em vitórias consagradoras, que para ser o número 1 da equipe é preciso possuir a característica mais importante de qualquer time rubro-negro, a RAÇA RUBRO-NEGRA, fórmula que faz o Flamengo seguir a risca o primeiro verso do hino escrito por Paulo de Magalhães(1920), “Flamengo tua glória é lutar!”
A torcida tinha o nome escolhido, mas ainda não tinha o modelo da camisa definido. Ela nascia diferente, e a camisa não poderia ser a mesmice das outras facções rubro-negras, elas tinham os modelos copiados do manto sagrado, e era preciso inovar…
A camisa teria o tom predominante em vermelho, com a manga, gola e escudo, negros. A mão — punho cerrado — seria o símbolo de luta, resistência e vontade. Eles assim definiram porque o rubro é a cor do coração, vontade, Raça e estaria sendo vista por todos, o coração das arquibancadas, o primeiro jogador do Flamengo estaria em destaque, devidamente uniformizado, esperando apenas que este coração tivesse o tamanho do Maracanã. Tendo Raça como nome, não foi difícil resolver o problema do símbolo. A idéia inicial seria duas mãos arrebentando uma corrente (alusão à liberdade, muito ligada ao movimento negro) mas alguns dos nossos fundadores acreditaram que seria uma discriminação com as outras raças, afinal nascemos Flamengo, símbolo do Brasil (fusão de todas as raças) e não poderia haver preconceito…só com portugueses mas é outra história…
Por todos estes motivos, o DOI — CODI resolveu interrogar nossos fundadores. Uma organização que se chama “Raça”, tem camisa vermelha, o símbolo é um punho cerrado e tem por lema o “Maior Movimento de Torcidas do Brasil”, e canta “Óh meu Mengão…”, que era uma adaptação de um canto de guerra da UNE, realmente poderia causar desconfiança… O punho cerrado saindo do mapa do Brasil, como símbolo da facção, surgiu anos mais tarde, por causa das grandes caravanas promovidas pela Raça.
Em 24 de abril de 1977, contra os “portugueses”, nascia a maior torcida organizada do C.R.Flamengo. O Marketing no esporte, hoje tão em moda, já era usado pelo pessoal da Raça em 1977, como Cláudio nos conta: “Foi uma época que era moda fundar uma torcida. Às vezes em um jogo só, ou no 1º jogo das facções, estas terem 500 integrantes, no 2º jogo 350, no 3º jogo 200 e até chegar a 50 integrantes como a FLA-12, que nasceu na mesma época que a Raça”. Ele continua, “Com a Raça foi muito diferente. Muito antes da torcida ser fundada, seis meses antes, já colocávamos vários cartazes pelo Maracanã, íamos às rádios — inclusive o lema de O MAIOR MOVIMENTO DE TORCIDAS DO BRASIL surgiu na Rádio Nacinal — para divulgar a futura torcida”. Cláudio concluiu: “No dia da estréia da Raça nós tinhamos confeccionado 300 camisas, mas apenas 50 foram postas à venda, no jogo seguinte outras 50 e assim as pessoas viam que a Raça estava crescendo”.
Quando a torcida nasceu, os integrantes assistiam aos jogos sentados — como todas as torcidas brasileiras — mas, para provar, realmente, que esta torcida queria inovar e “jogar” com o time, com o decorrer do ano de 1977, esta história foi mudando porque havia momentos dos jogos que a Raça levantava até o momento das garrafadas que obrigavam à sentarem novamente. Mas no jogo contra o América (15/05/1977) para tentar mudar o resultado (1 à 0 para o América) os associados resolveram assistir o jogo em pé até o fim, mesmo tomando garrafada na cabeça,se não mudou ao resultado a torcida conseguiu mudar o empenho da equipe no campo e com isto mudando a história das arquibancadas. Por muitos jogos foram encontradas resistências, mas com tempo ao ouvirem “é, é ,é, a nossa Raça só assiste o jogo em pé!”, as pessoas levantavam-se automaticamente e empurravam o Mengão para mais uma vitória. Fomos a primeira torcida organizada do Brasil a acompanhar os jogos em pé, porque quem joga, o faz de pé, sentado é reserva (o camisa 12 citado acima), começando então a diferença… e a Raça nasceu para ser a número 1!
A Raça nasceu junto ao melhor momento da história do Flamengo, como o campeonato carioca de 1978 decidido contra a “portuguesada” com gol de Rondinelli aos 43m do 2º, com o Tricampeonato de 1979 — nesse ano foram feitos dois campeonatos cariocas e o Mengão ganhou os dois —, com o memorável título Brasileiro de 1980, em que a Raça levou mais de cem ônibus para o Mineirão na final contra o Atlético-MG, e o título no Maracanã.
Nós poderíamos contar as monumentais festas realizadas pela torcida, mas para comprovarmos nossa fidelidade, da vontade de querer jogar com o time, falaremos das grandes viagens. Avião, ônibus, a pé, e outros mais exóticos meios de transportes já foram utilizados por nossos integrantes, tudo para estarmos presentes e fazermos a “Nossa Parte”, porque somos o primeiro jogador, e o Flamengo, precisa de sua gente para levá-lo à vitórias históricas. Ao recordar as grandes caravanas, é preciso esclarecer dois pontos:
O primeiro que a Raça viajava por conta própria e apenas em duas caravanas — a final do Campeonato Brasileiro em 1980 contra o Atlético-MG e o jogo da Libertadores em 1984 contra o Grêmio, no Pacaembú — o Flamengo pagou, e com o dinheiro arrecadado, a Raça construiu sua sala 351-B (hoje desativada pela Suderj) no Maracanã.
O segundo é a lenda contada pelos corínthianos e imprensa, de que 70.000 mil alvi-negros estiveram no Maracanã na semi-final do Brasileiro de 1977.Como disse César: “Nem se toda a frota urbana de São Paulo à época, fosse usada”. É evidente que muita gente veio mas a grande maioria era composta por cariocas, principalmente rubro-negros, que resolveram dar uma força para o time paulista devido a rivalidade entre Fla x Flu. Por conta deste episódio, em 1978 no jogo Flamengo x Corínthians, a Raça fez uma faixa alvi-negra, colocada na divisão das duas torcidas, com os seguintes dizeres: “a maior torcida de São Paulo saúda a maior torcida do Brasil”. Uma gozação típica rubro-negra como foi a Fla-Madrid, ou a história para se eleger “O Mais Querido do Brasil”, em que os portugueses compraram quase toda a água Salutaris patrocinadora do evento, vendida exclusivamente a eles, e o Jornal do Brasil, também patrocinador, que sumiu das bancas em que os donos eram portugueses. No dia da votação os rubro-negros, disfarçados de portugueses, entraram na sede da água Salutaris e sumiram com os votos lusitanos — devidamente jogados no poço do elevador — e colocaram os votos rubro-negros nos lugar. No dia seguinte, o Flamengo foi eleito o clube “Mais Querido do Brasil” sem que a colônia entendesse nada até que a descoberta fosse feita e o choro fosse livre.
A faixa da Raça Rubro-Negra já esteve presente em todas os países da América do Sul, Estados Unidos, França, Inglaterra, Espanha, Japão e, pasmém, até no Iraque!
Todas as nossas odisséias foram comprovadas pela imprensa que já as divulgou fartamente. Não somos uma torcida privilegiada financeiramente, mas temos energia, luta, criatividade, e Raça, porque aonde estiver o Flamengo, a sua Raça Rubro-Negra, estará incentivando-o, levando-o sempre à frente… como dissemos acima, a Terra está pequena, e agora, só esperamos a ida do Mengão à Lua, porque certamente estaremos lá… afinal somos o jogador número 1 e não podemos desfalcar o time.
Em 1986, com o desligamento de Claudio Cruz – fundador e presidente por 10 anos – Roberto “Branco” foi eleito presidente da Raça e liderou por quatro anos dando prosseguimento ao trabalho de fazer a torcida ainda mais forte e organizada. Em 1990, Evandro “Bocão” assumiu a Raça e com ele à frente, a torcida passou a ter uma sede no centro da cidade. Em 1993, Paulo Apparício, foi eleito presidente da torcida dando continuidade ao trabalho dos outros presidentes. Hoje a Raça desenvolve o projeto “Nossa sede é nossa sede”, esperando em breve termos um espaço condizente com o tamanho da Raça, porque a nossa sede, que é própria, está pequena.
Enfim, a História de uma Raça está relatada, com apenas verdades, sem demagogias ou lendas, porque a mentira é a ilusão dos derrotados e a imprensa — quase todos os dias — mostra a realidade como ela é. E tudo que for encontrado nesta HOME PAGE, é a realidade, doa a quem doer! Mas, nós, integrantes do Maior Movimento de Torcidas do Brasil, não podemos nos acomodar, porque no Flamengo a glória é lutar, e ficar na Raça, é cantar e empurrar o Mengão às vitórias consagradoras, e nos emocionarmos sempre com mais um gol do Flamengo.
Ultimamente a torcida do Flamengo foi considerada o Patrimonio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro