Sofrimento sem fim. É a minha previsão para o Brasileiro/2014; o que nós, torcedores do Flamengo, suportaremos nesse campeonato. A coisa está feia, amigos. Tenebrosa mesmo. Prestes a encerrar o primeiro quadrimestre do ano, o Flamengo não teve uma atuação convincente sequer e, pior, parece jogar mal com maior frequência à medida em que o tempo passa. A análise do desempenho do time, seja na parte tática, seja de acordo com o nível dos adversários, não resiste aos fatos. Na Libertadores, ao enfrentar adversários um pouco mais fortes do que os do Estadual, sucumbiu; no estadual, fora os adversários de pequeno porte, nos clássicos só conseguiu jogar melhor do que os reservas do Botafogo. E na estreia do Campeonato Brasileiro, enfrentando o fraco e enfraquecido Goiás, eliminado na Copa do Brasil pelo "temível" Botafogo/PB e derrotado pelo quase rebaixado para a Série C Atlético/GO na final do Campeonato Goiano, o time conseguiu jogar noventa minutos e só levar perigo ao gol adversário por uma única e solitária vez. Apresentando um futebol burocrático, sem um mínimo de inspiração e que conseguiu irritar a paciente torcida de Brasília, o Flamengo não saiu de um frustrante e insosso 0x0.
Taticamente, não há dúvidas de que Jayme ainda insiste na revitalização do esquema de 2013, campeão da Copa do Brasil. O time, porém, não joga com a mesma velocidade e nem tampouco tem a mesma capacidade de pressionar o adversário na base do "abafa". Mas o pior, para mim, é a insistência em "recriar" o Carlos Eduardo nas figuras de Lucas Mugni ou de Mattheus (aliás, as notícias dando conta que o clube procura um jogador "com as características do Carlos Eduardo" cada vez mais fazem sentido para mim). Ao testemunhar, mais uma vez, desta feita ao vivo e a cores, Lucas Mugni jogar bastante adiantado e praticamente "colado" em Alecsandro, de costas para a marcação, comentava com os amigos que estavam ao meu lado se tal posicionamento se devia a uma preferência do atleta ou a orientação do treinador. Minha dúvida se dissipou ao constatar que Mattheus, ao substituir Mugni, posicionou-se em campo de idêntica forma que seu antecessor. O resultado é um buraco no setor de criação, contornado por chutões para a frente e dificuldade extrema em executar tabelas a partir da intermediária do adversário. Mais curioso ainda foi constatar que, todas as vezes em que recuou e jogou de frente para o meio e a defesa do adversário, Mugni conseguiu superar a ansiedade e produziu algumas boas jogadas. Com uma jogada individual, dele partindo desde a intermediária com a bola, de frente para a marcação, o time teve sua melhor oportunidade na partida.
Quanto ao resto do time, é preciso lembrar que o Goiás praticamente não ameaçou o Flamengo, à exceção de alguns lances no final. Sua estratégia de jogo foi, claramente, sair com um empate do Mané Garrincha, inclusive recorrendo ao artifício da catimba sem pudor. Dentro desse contexto, ressalto que Leonardo Moura fez uma boa primeira etapa, mas visivelmente se cansou na segunda; Everton foi seguro defensivamente, mas inoperante no apoio, e Márcio Araújo importante na marcação pelo meio. Luiz Antonio foi o melhor no meio de campo, ficando claro que ele e Leonardo Moura são os jogadores mais técnicos da equipe. Já Paulinho, na minha opinião, é o novo "dono" do time. As jogadas no primeiro tempo foram nele exageradamente concentradas, fato que diminuiu de frequência no segundo tempo. Mas me pareceu bem claro que o time o procura como solução para os momentos de aperto. Vejo-o como um excelente coadjuvante mas não como um jogador que possa ter a função de ditar o ritmo do jogo ou mesmo no qual se possa concentrar a função de criação da equipe.
No final das contas, acho que o time ontem até teve um desenho tático, o qual contudo se mostrou previsível e estático. Jayme chegou a inverter Paulinho e Everton no setor esquerdo no final do primeiro tempo, mas voltou ao esquema iniciou a partida na segunda etapa e aos seus efeitos inoperantes. Gabriel começou na direita, mas inverteu com Paulinho e foi para esquerda, para posteriormente voltar para a direita. A despeito das inversões de posição, o time não girava e tampouco criava. Por isso Alecsandro ficou isolado e pouco participou do jogo.
Parece-me que o modelo tático que Jayme tanto insiste em implantar no Flamengo dificilmente dará certo com os atuais jogadores do elenco. E mesmo quem não concorda com essa assertiva há de reconhecer que o problema não está simplesmente na falta dos resultados, mas no que o time (não) têm produzido em campo, seja em termos efetivos, seja em nível tático.
Afinal de contas, o elenco é não tão bom como se imaginava ou falta algo ao trabalho do nosso treinador em 2014? A verdade está no meio ou em uma dessas alternativas?
Fonte: Buteco do Flamengo
SRN
Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/04/Preparem-se-para-um-longo-ano.html
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