domingo, 20 de abril de 2014

Flamengo duela com a estatística; empate com Goiás preocupa.









Três atuações assustadoras, uma atuação animadora. Assim foi o fim de semana carioca. No sábado, um Fluminense vibrante brindou com bom futebol uma torcida igualmente mobilizada. E foi só. O Vasco sentiu falta da torcida, dos desfalques, de algum talento, enfim, sentiu falta de quase tudo para estrear tropeçando na Série B. No domingo, Flamengo e Botafogo exibiram limitações em série.

Flamengo 0 x 0 Goiás

O resultado é preocupante. Por um motivo. Este Goiás, pelo qual o Flamengo não conseguiu passar, perdeu meio time semifinalista da Copa do Brasil do ano passado, sofreu um desmanche. Saíram Ernando, Rodrigo, Walter, Hugo, Eduardo Sasha e Renan Oliveira, por exemplo. Em 2014, perdeu o Campeonato Goiano para o Atlético-GO e foi eliminado da Copa do Brasil pelo Botafogo-PB.

O caso é que o Flamengo continua a sua sina na atual temporada. Conta-se nos dedos os jogos em que se impôs. Claro, partidas contra os pequenos do Rio não contam.

O Flamengo tem um elenco de primeira? Não, longe disso. Mas a sensação nítida é de um time que rende menos do que o imaginado. Seja por desordem tática, seja por erros na montagem do elenco ou na escalação. Mugni, titular neste domingo, é um exemplo. Em jogo decisivo com o León, sequer foi relacionado para o banco. Ontem, era de novo titular.

Para piorar, o Flamengo resolveu duelar com a estatística. No ano passado, como mandante itinerante, ganhou 43% dos pontos disputados entre partidas de Copa do Brasil e Brasileiro. Quando usou sua casa, o Maracanã, fez 77% dos pontos. 

Fluminense 3 x 0 Figueirense

Lembra quando se cobrava um Fluminense menos previsível, mais rápido, mais competitivo? Um time mais aceso, que se entregasse mais ao jogo. Pode ter sido só um lampejo, mas Cristóvão Borges sacou da cartola um tricolor com estas características.

Por trás de Fred, moviam-se Conca, Rafael Sóbis e Wagner. Trocavam posições, mas Sóbis era quase um segundo atacante que tinha liberdade. O time não dependia mais da velha aposta em tê-lo aberto numa ponta. Não é sua característica. E, talvez por isso, o Fluminense raramente era rápido.

Jogaram os meias, jogaram os volantes, jogaram os laterais, em especial Carlinhos. Claro que o Figueirense é frágil, mas a atuação de sábado foi o sopro de esperança que a torcida precisava. Foi mais uma noite em que os tricolores disseram presente. E, desta vez, o time correspondeu.

Vasco 1 x 1 América-MG  

Claro que as circunstâncias foram cruéis. A punição pela briga de Joinville tirou a torcida do estádio. Para piorar, o jogo aconteceu uma semana após a traumática perda do Estadual em um erro da arbitragem. Complete-se o cenário com um time desfigurado em campo, cheio de desfalques.

O caso é que o Vasco começa a sua trajetória na Série B de forma oposta à que iniciou a luta para voltar à elite em 2009. Na ocasião, era um clube mobilizado, disposto a mostrar a si próprio e a sua torcida o seu real tamanho. Jogava cercado de uma campanha de marketing agressiva, fazia da queda um marco de renascimento. Hoje, é letárgico. A torcida mostrou nas finais do Estadual que é capaz de ajudar. Mostrou-se à altura de um clube gigante. Mas o Vasco parece jogar a Série B como mais um compromisso rotineiro. E a Segunda Divisão não combina com a rotina de um clube como este.

E pior:  a sensação é de que o papel de vítima pelos erros de arbitragem veio a calhar. Causou acomodação, não luta pela reação. É hora de virar a página.

Em campo, o time exibiu carências após perder peças. Criou pouco e sofreu mais do que o esperado com os contra-ataques do América-MG. Mas não é o empate que assusta.

Quando tiver todos os seus jogadores, naturalmente o Vasco deverá estar entre os líderes da Série B. Difícil imaginar que não vá subir. Mas o fundamental é subir como Vasco. Há um clube a reconstruir e uma torcida pronta para ajudar.

São Paulo 3 x 0 Botafogo

Quem quiser lançar um olhar otimista sobre a atuação do Botafogo poderá argumentar que, no segundo tempo, a formação com três volantes deixou o time mais equilibrado. Não estará errado. Mas a distância que separou o padrão técnico alvinegro do exibido pelo São Paulo foi abissal o tempo todo.

Sendo assim, duas constatações são inevitáveis: a primeira, que Vágner Mancini conseguiu, no intervalo, lançar mão do que tem de melhor no elenco ao colocar Bolatti e Zeballos; a segunda, que falta talento para o Botafogo pensar grande no campeonato.

Se é difícil esperar muito de Wallyson, de Ferreyra, de Jorge Wagner a esta altura da carreira, duro mesmo é se ver diante da queda vertiginosa de quem já ofereceu mais ao time. É o caso de Lodeiro, protagonista de um 2014 decepcionante até aqui.

Sobre Vágner Mancini, é justo reconhecer que tem poucas peças para mexer, que o bom rendimento de Emerson Sheik é quase um caso de vida ou morte. E mais justo ainda entender que, ao mudar totalmente o posicionamento e a formação tática do Botafogo no intervalo, Mancini transmitiu a imagem fiel de um treinador que ainda tenta entender o elenco que tem. Nada mais natural.

Há muito trabalho pela frente ao Botafogo.

Fonte: Blog do Mansur


SRN

Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/04/Flamengo-duela-com-estatistica-empate-Goias-preocupa.html

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