quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais longe dos Pelicans, Marquinhos foca no Flamengo.









Desde que sua volta ao New Orleans Pelicans começou a ser especulada pela imprensa americana durante a semana da decisão da Copa Intercontinental, contra o Maccabi Tel Aviv, no Rio de Janeiro, Marquinhos jamais negou sua vontade de retornar à NBA. Da mesma forma que deu sua palavra de que disputaria os três jogos da pré-temporada da liga americana com o clube rubro-negro independentemente de sua decisão e que só aceitaria a proposta de sua ex-equipe se o acordo fosse de, no mínimo, dois anos. O desfecho do imbróglio só deve sair na semana que vem, mas após um passeio com a equipe do GloboEsporte.com pelo deserto de Phoenix, cercado de cactos, o ala de 30 anos deixou os espinhos para seu agente resolver e deu a entender que continuará falando português durante a temporada 2014/2015.

No bate-papo de aproximadamente 30 minutos antes do penúltimo treino para o primeiro confronto em solo americano, contra o Phoenix Suns, nesta quarta-feira, às 23h (horário de Brasilia), na US Airways Arena, Marquinhos explicou em que pé está sua situação e praticamente pôs fim ao mistério para alívio do torcedor do Flamengo.

- Meu agente tem uma reunião em Memphis ou Orlando para conhecer o general manager (diretor geral) do New Orleans e só depois eu vou tomar a decisão. Mas, sinceramente, acho que muito difícil qualquer tipo de acordo nessa temporada. Quem sabe no futuro eu possa acertar uma coisa bem maior. O Flamengo vive um momento muito bom, foi campeão mundial, vai disputar esses três jogos na NBA e se reforçou para brigar novamente por todos os títulos. Eu quero muito estar neste momento, mas NBA é NBA, e ter a oportunidade de jogar contra os melhores todas as noites também é uma coisa que chama muito atenção. Mas, por enquanto, estou focado no Flamengo e minha cabeça está aqui - afirmou o jogador.

Com o pensamento em Phoenix, Marquinhos deixou claro que a única coisa que importa no momento é ajudar o Flamengo a fazer história novamente. Porém, o ala campeão da Copa Intercontinental na semana passada sabe que as dificuldades desta quarta-feira serão muito maiores do que contra o campeão da Euroliga e só vê uma maneira de fazer frente aos melhores do mundo.

- Acho que esse confronto contra o Phoenix vai mostrar o que podemos esperar dessas três partidas. Eles sobram fisicamente e desde o colegial são muito atléticos. É o tipo do jogo completamente diferente de uma partida Fiba. A quadra é maior, o espaço no garrafão também, e por serem mais fortes fisicamente que nós, já levam uma ligeira vantagem. Temos que fechar os espaços, jogar com os cinco jogadores mais próximos e diminuir a intensidade do jogo deles para tentarmos dificultá-los. Temos que fazer um jogo truncado e muito duro para no final dar uma beliscada e tentar sair com a vitória - explicou Marquinhos.

Técnico do Phoenix Suns, Jeff Hornacek espera dar o troco com muita velocidade e intensidade no jogo de transição. Depois de assistir alguns jogos do atual campeão do NBB, da Liga das Américas e da Copa Intercontinental, o ex-ala do Utah Jazz quer minimizar os pontos fortes do time carioca com uma rotação defensiva bem agressiva.

- É uma equipe que movimenta bem a bola como os times europeus, que joga muito duro e que tem bons arremessadores de longa distância. Muitas vezes quando você não conhece muito bem seu adversário é preciso entrar mais focado ainda e realmente jogar basquete. Vamos usar bastante nossa penetração e tentar impedir os tiros de longa distância deles. Estamos preparados para fazer nossa rotação defensiva - destacou Hornacek.

Independentemente dos resultados contra o Phoenix e das partidas contra Orlando e Memphis, na semana que vem, o ala rubro-negro destaca o excelente momento vivido pelo clube carioca, lembra de uma frase repetida várias vezes pelo técnico José Neto de que "quem quer vencer precisa fazer o que os outros não fazem" e descarta qualquer tipo de acomodação por parte do elenco rubro-negro.

Elenco considerado por ele o melhor dos que já participou. Não apenas pelas conquistas e pelo entendimento dentro de quadra, mas principalmente pelo respeito e comprometimento fora dela que todos nós temos pelo coletivo.

- Sabemos que não podemos nos acomodar. Mas pelo estilo de jogadores que temos e por aquilo que cada um acredita, acho muito difícil que isso aconteça. Esse time se cobra demais e já vivenciou de tudo nessa trajetória vitoriosa. Tivemos muitos jogadores machucados, problemas extra quadra e todos sempre estiveram compromissados com o objetivo e com o time em primeiro lugar. É um grupo diferente. Além de unido dentro de quadra, nos damos muito bem fora dela. Podemos não ser melhores amigos para sair para beber, mas estamos sempre conversando para tentar melhorar, e a coletividade é sempre o que predomina - disse Marquinhos.

Talvez por isso o jogador mais valioso do NBB 5 esteja tentando adiar seu retorno à NBA. Feliz no Flamengo e adaptado ao Rio de Janeiro, o ala não esconde o carinho que tem pelo torcedor rubro-negro e demonstra toda sua gratidão à diretoria e à comissão do clube mais vitorioso do basquete brasileiro nas duas últimas temporadas por ter apostado nele. 

- O mais justo para as duas partes seria adiar esse retorno para daqui uma ou duas temporadas, pois quando assinei por mais dois anos com o Flamengo a comissão técnica contava comigo. Sei que se eu saísse agora seria difícil encontrar um jogador no mercado com as minhas características. Além dos grandes jogadores já terem assinado com suas equipes, já temos os três estrangeiros. Para mim também seria bem melhor poder chegar para participar da pré-temporada desde o início, me instalar com tranquilidade com minha família e deixar tudo acertado para um contrato de dois anos - disse Marquinhos.

O camisa 11 disse ainda que não se arrepende de nada em sua primeira passagem pela NBA e que não existe uma fórmula para brilhar entre os melhores do mundo.

- Hoje sou muita mais experiente. Naquela época era um mundo todo novo para mim, mas eu não mudaria nada. Infelizmente não tive muitas oportunidades, mas sempre que entrei fiz por merecer os minutos que permaneci em quadra. Era um time que estava se reestruturando para voltar aos playoffs e foi umas das equipes que mais cresceu na liga, com grandes jogadores. Se acontecer de voltar agora, teria que ser num time que eu pudesse jogar e que o técnico acreditasse no meu estilo de jogo. A NBA é momento, é estar no lugar certo na hora certa, é entrar no lugar daquele cara que se machucou e aproveitar a oportunidade. Se destacar e chamar a atenção de alguma maneira. Seja pontuando nos minutos que você tem, liderando os rebotes, sei lá, de alguma maneira você tem que se encaixar na equipe.

O Flamengo enfrenta o Phoenix Suns às 23h desta quarta-feira. Depois, encara o Orlando Magic, no dia 15, às 20h, e o Memphis Grizzlies, no dia 17, às 21h - todos pelo horário de Brasília. O SporTV transmite os três jogos ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.


Fonte: GE


SRN

Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/10/Mais-longe-Pelicans-Marquinhos-foca-Flamengo.html

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