Um sócio benemérito do Flamengo, com grandes contribuições prestadas ao clube, disse, em recente entrevista, que os verdadeiros rubro-negros são aqueles que estão nas arquibancadas ou, quando de fora do Rio, diante do radinho ou da TV torcendo, e não os que frequentam a Gávea, que, quase que invariavelmente, torcem por pessoas e não pelo Flamengo.
Apesar de não ter uma compreensão tão radical como a desse benemérito (por achar que ainda existem algumas poucas exceções), estendo esse raciocínio para os torcedores integrantes das Organizadas, que, além de sofrerem influências negativas de partidos políticos da Gávea, acham, equivocadamente, ter mais direitos dos que os torcedores independentes, fazendo com que o lema TUDO PELO FLAMENGO E NADA DO FLAMENGO não passe de falácia.
A manifestação de protestos ocorrida na segunda-feira última nos arredores da Gávea teve forte influência de correntes oposicionistas, que aproveitam-se do mau momento do time no Brasileirão para tirar proveito político, o que ratifica o pensamento de que para esses o Flamengo não está em primeiro plano, mas sim as suas ambições pessoais.
Por mais que sejam legítimas quaisquer reivindicações, os verdadeiros flamenguistas não podem se colocar à margem dos problemas do clube e ignorar as dificuldades. Não há como exigir craques e querer ingressos a preços que causem prejuízos ao clube, muito menos desdenhar do clamor da diretoria em incentivar o Programa ST. Esses são posicionamentos contraditórios, quem demonstram total falta de apoio ou de amor ao clube. Como não reconhecer as gigantescas dívidas do clube, as adversidades impostas pelo Governo ao privatizar o Maracanã, as absurdas gratuidades, as farras das meias-entradas e a voraz taxa cobrada pela Ferj (10%, a maior do país)? Contra esses verdadeiros inimigos os manifestantes não se opõem? Preferem exigir mágicas daqueles que, voluntariamente, dedicam parte de seus tempos ao Flamengo por respeitarem as suas paixões? Repito, o direito de cobrar melhores performances dos dirigentes é legítimo. Querer resgatar a força popular do Flamengo é totalmente devido. Mas não ter a consciência de que é preciso aliar-se, somando esforços para se ter um Flamengo mais forte , é um grande equívoco ou, então, uma intenção de desestabilizar a gestão do Flamengo , abrindo espaço para os que estão ávidos pelo poder.
A retomada da hegemonia do Flamengo no futebol brasileiro passa, necessariamente, por condutas responsáveis e austeras, pela profissionalização da sua estrutura executiva, pela necessidade de reformas administrativas, o que significa, muitas vezes, medidas nada populares, e, também, na obrigatoriedade de aumentos de receitas, o que é perfeitamente possível se houver o engajamento da torcida chamada, pela sua grandeza de Nação Rubro-Negra.
A dúvida não é se retomaremos os nossos dias de glorias, mas sim o tempo que levaremos para que isso aconteça. Com a ajuda de cada rubro-negro, por menor que seja, esse dia poderá ser amanhã.
Por Silvio Macedo.
SRN
Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/06/O-posicionamento-contraditorio-Torcidas-Organizadas.html
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