quinta-feira, 5 de junho de 2014

O grito que a nação queria dar.









Nunca um ato de uma pessoa representou tanto a vontade de milhões quanto os gritos dados por Felipe Ximenes após o vexame contra o Cruzeiro. Pelo menos senti como se fosse eu repreendendo a apatia e o descaso insuportáveis de supostos atletas que se sentem dignos de jogar futebol envergando as cores do Flamengo.


Nenhuma união de vozes, nem mesmo daquelas vindas das arquibancadas do estádio lotado, poderia ter efeito tão perfeito e direto nas consciências de cada um como os berros revoltados de nosso novo diretor de futebol.

O resultado de tudo isso não conheceremos antes do final da Copa, mas três coisas me fazem encher de otimismo: a decisão do Wallim de renunciar ao cargo de vice-presidente, numa tardia demonstração de lucidez e autocrítica, o anúncio da reformulação do time, com a identificação de nossas carências e formação de um time capaz de nos fazer voltar a comemorar vitórias e uma indicação de termos no comando do departamento de futebol alguém disposto a fazer o que um executivo da área deve fazer: definir com clareza o que significa vestir a camisa do Flamengo, dar mostras da visão e da missão  da área que representa à equipe representante das cores vermelho e preto e orientar o treinador e comissão técnica quanto ao padrão de qualidade esperado do time técnica, tática e fisicamente falando.

Um outro grito a Nação não apenas queria dar. Ela deu. Após o encerramento da emocionante final da NBB, quando o Flamengo conquistou seu bicampeonato, o som que se ouviu não foi de revolta e decepção, mas do imenso orgulho que o time de basquete rubro-negro deu à sua torcida. Exemplo de raça, empenho, amor e profissionalismo de um grupo que passou há pouco pelos mesmos problemas de seus colegas do futebol, principalmente em relação aos salários atrasados e à limitação de recursos, mas que reagiu entregando suor e emoção combinados com técnica e organização exuberantes. O resultado foi o título estadual, nacional e sul-americano, todos em 2014.

Este é o exemplo do que uma gestão competente pode fazer: hoje, um ano após o auge da crise no departamento da bola laranja, o basquete é autossuficiente, os salários estão em dia e jogar no Flamengo é o sonho de todo grande jogador. Nos playoffs as arenas lotaram de torcedores vestidos com nossas cores e gritando do início ao fim que aqueles jogadores são o orgulho da Nação.

Independente do esporte e da importância que o futebol evidentemente tem na nossa história, é formidável ver pulsar nas veias de atletas comprometidos com a paixão que move milhões de pessoas por este Brasil inteiro o sangue rubro-negro. Estes homens que cantam em uníssono o nosso hino, que insistem em manter no corpo, confundindo-se com a própria pele, o manto sagrado que os fazem gigantes, merecem nosso respeito e reverência.

Este grito eu dei, os quinze mil presentes no ginásio deram e tenho a certeza que todos os que conhecem a mística deste clube sem igual deram onde quer que estivessem. Importante que, enquanto alguns alienados pisam em nossa história com vontade semelhante à que pisam em ratos e insetos, tenhamos em quem refletir a luz inconfundível de nossas glórias.

Obrigado basquete rubro-negro, verdadeiros guerreiros, portadores de nossa paixão e orgulho.
FLAVIEW


SRN

Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/06/o-grito-que-nacao-queria-dar.html

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