sábado, 31 de janeiro de 2015

Eurico Miranda mudará o futebol brasileiro.









Flamengo em Foco - O dia 30 de janeiro de 2015 pode entrar para a história do futebol brasileiro como o dia em que a estrutura já saturada se rompeu para dar lugar a algo que revolucionará o futebol no Brasil e abalará o esporte na América do Sul, e o responsável por tudo isso não será o fatídico 7 x 1 e sim Eurico Miranda.

A eleição para presidente da FFERJ foi polêmica, Flamengo, Fluminense e Vasco eram contra a eleição de Rubens Lopes e a federação manobrou para elegê-lo por aclamação com os votos dos times pequenos do Rio de Janeiro capitaneados pelo Botafogo, único time grande a apoiar o atual presidente da FFERJ. Eurico Miranda, que viria a se tornar presidente do Vasco, foi articulador da campanha e até discursou após a eleição, demonstrando que o Vasco tendia a mudar de lado e se juntar ao Botafogo no apoio a FFERJ.

O peso dos votos de 3 dos 4 grandes do Rio de Janeiro tão desproporcional a representatividade que possuem diante do número de torcedores e até de resultados esportivos recentes abalou as estruturas do futebol do carioca. Ainda em 2014 Eurico Miranda foi eleito presidente do Vasco e assim o clube cruzmaltino pulou a trincheira e se tornou o campeão de Rubens Lopes, motivado pelo ódio de seu presidente não só ao Flamengo, mas a tudo que o time passou a representar em termos de administração e política no futebol brasileiro.

O Campeonato Carioca de 2015 repetiria o mesmo formato fracassado do ano anterior e haveria tabelamento de preços bem abaixo do que o praticado pelo Flamengo em 2014, implicando em prejuízo aos clubes, principalmente pelo aumento dos custos do Maracanã desde sua reforma. Ao mexer no bolso dos clubes, Flamengo e Fluminense mostram indignação, protestaram e buscaram politicamente pressionar a FFERJ para mudar as regras de precificação dos ingressos.

Então Eurico Miranda, representante do que há de pior entre os dirigentes de futebol, se ergue como nêmeses do futebol do século XXI que prega austeridade, responsabilidade fiscal e a busca de fontes de lucro além da TV e premiações. Sua determinação em acorrentar o futebol na Idade das Trevas fortalecendo as federações e a CBF como o cavaleiro do apocalipse que protege a aristocracia e o rei, feriu mortalmente Flamengo e Fluminense retirando deles não apenas a possibilidade de lucrar com a bilheteria, mas obrigando-os a sair de sua casa (Maracanã) e ameaçando criar a quimera chamada de Sócio-Torcedor de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

Em nota oficial feita por Flamengo e Fluminense, os clubes marcam posição e ameaçam iniciar uma guerra com a criação da Liga dos Clubes Cariocas. E, após a reunião convocada pela FFERJ neste dia 30, o Flamengo decidiu ir às armas. O clube que detém quase 40 milhões de torcedores e que junto ao Corinthians domina o futebol brasileiro arrebentou os grilhões e pode fugir rumo a liberdade.

Essa crise que se inicia no futebol carioca pode se espalhar pelo Brasil como fogo na mata em época de seca. As federações se portam como a velha aristocracia enriquecendo e vivendo luxuosamente da capacidade de geração de riquezas dos clubes, que por sua vez se alimentam cada vez mais dos calos nas mãos do povo. O rei, que comanda a CBF a punho de ferro, baqueou com o famigerado 7 x 1 e, apesar de ter mantido o poder, vê a insatisfação crescer e os opositores ganharem mais força com o Bom Senso FC e o surgimento de dirigentes alinhados com conceitos de profissionalismo encabeçados pelo Flamengo, o maior clube do país.

Que haja o rompimento de Flamengo e Fluminense com a FFERJ e que esta seja a nossa Queda da Bastilha e culmine na criação de uma liga de clubes, nossa Revolução, que decapitará os aristocratas e o rei do futebol brasileiro. Entretanto não nos enganemos no papel de cada um nessa história, pois apesar do Flamengo liderar uma grande massa, jamais será a representação do povo em sua atual administração, os clubes e os jogadores em seu disfarçado sindicato de nome ludibriador são os Girondinos, o povo uma massa de Jacobinos sem seu Robespierre.

Saudações aos novos cidadãos rubro-negros!

P.s.: Não acho que o melhor movimento seja boicotar o Campeonato Carioca, mas sim encher os estádios para minimizar o prejuízo do Flamengo e do início ao fim do jogo vaiar e xingar Rubens Lopes e a FFERJ, levar faixas de apoio a Liga de Clubes e apoiar o clube em suas decisões políticas.


Náyra M. Vieira





SRN

Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2015/01/eurico-miranda-mudara-o-futebol-brasileiro.html

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