Com um elenco limitado em mãos, Vanderlei Luxemburgo conseguiu o que ninguém esperava: vencer cinco em sete jogos e tirar o Flamengo do buraco. E hoje, às 16h, contra o Vitória, este aproveitamento pode melhorar. Uma reação não só do time como na própria carreira do técnico, questionado após o fracasso no Fluminense em 2013. Mas o sucesso atual não é surpresa para um grupo em especial, que vê em Luxa a mesma disposição de 31 anos atrás, quando iniciou a carreira no Campo Grande.
— Ele é um cara que, com a experiência que adquiriu na vida, cheia de altos e baixos, sabe refletir. E voltou outro Luxemburgo — definiu Demétrio, volante que, em janeiro de 1983, assistia, sentado no gramado do Estádio Ítalo Del Cima, no bairro da Zona Oeste, às primeiras orientações de Luxemburgo como técnico.
Na época, Vanderlei assumiu a equipe recém campeã da Taça de Prata de 1982, torneio que equivalia à Segunda Divisão nacional. A estreia foi com derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, em Ítalo Del Cima, pelo Brasileiro de 1983. Apesar do pontapé inicial mal dado, a campanha do Campo Grande foi suficiente para o time ir à segunda fase.
— Lembro até hoje do dia em que ele assumiu. Os diretores nos reuniram no campo e apresentaram o Vanderlei. Ele usava uma camisetinha “mamãe tô forte” de lycra, daquelas apertadinhas; e uma calça que devia ser de tergal. Sempre limpinho. E o cabelo black power, claro — entrega Tuchê, ponta-direita e um dos destaques do time.
O estilo setentista já ficou para trás há muito tempo. Hoje em dia, Luxemburgo é associado às roupas sociais e aos sapatos brilhantes. O que não mudou foi a personalidade.
A adoção de Negueba no Flamengo foi apenas mais um caso de jovem jogador acolhido pelo técnico. Há 31 anos ele já dedicava atenção especial aos mais novos do Campusca. Que o diga Pingo. Com 22 anos, era ele quem mais recebia puxões de orelha do professor.
— Eu era um dos mais jovens do grupo. E sempre gostei de dar umas namoradas, uma baguncinha. O Vanderlei sempre vinha puxar minha orelha. Dizia que eu tinha potencial. E eu respondia: “Não, professor. Pode deixar”. Mas ele não era bobo — recorda o meia.
Não era mesmo. E nem gostava que o tratassem como tal. Quando ele peitou as interferências da diretoria (em especial do vice de futebol Constantino Magalhães) na escalação, seu ciclo se encerrou.
— Ele não aceitava que se intrometessem no trabalho dele. Falava que diretor tinha que ficar na arquibancada — recorda o volante Brás.
Foram oito jogos, sendo três empates, três derrotas e duas vitórias. Começava ali o projeto que, com 31 anos de duração, tenta mostrar que ainda pode ser vencedor.
Fonte: Extra Globo
SRN
Fonte: http://www.noticiasfla.com.br/2014/08/Black-Power-atritos-Amigos-relembra-luxa-jogador.html
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